Os ETFs de renda fixa americana desempenham um papel fundamental em qualquer carteira de investimentos bem diversificada. Eles têm uma dupla finalidade: gerar renda e proteger o capital durante quedas no mercado. Em 2022, os títulos de renda fixa demonstraram sua utilidade como amortecedores de choques, com a maioria das categorias de renda fixa perdendo menos valor do que o mercado de ações em geral.
Portanto, pode prudente ter exposição aos ETFs de títulos americanos na carteira, caso faça sentido para sua estratégia estar exposto ao mercado americano e consequentemente receber proventos em dólares.
Importante: Esta análise não é uma indicação de compra ou venda de ativo do mercado financeiro. É simplesmente o compartilhamento de uma opinião pessoal para possíveis estudos.
O que São ETFs de Renda Fixa Americana?
São fundos negociados em bolsa americana que investe exclusivamente em títulos de renda fixa. Dessa forma, eles oferecem aos investidores a renda de uma cesta de títulos, e além disso, no estilo típico dos ETFs, proporcionam diversificação e acesso a uma variedade de classes de ativos.
A diversificação é obtida porque o ETF mantém muitos títulos diferentes em sua carteira. Isso inclui uma variedade de tipos de títulos, que podem abranger desde títulos do Tesouro dos EUA até títulos corporativos. Além disso, um ETF pode fornecer diversificação em relação a outros atributos dos títulos, como prazos de vencimento variados, de curto a longo prazo, e classificações de crédito distintas. Como resultado, alguns títulos em uma carteira de ETF podem ser de alto rendimento, enquanto outros oferecem retornos mais modestos.
É importante observar que existem ETFs de títulos ativos, cuja gestão é feita por um gestor de fundos, e ETFs de títulos passivos, que acompanham um índice específico.
Funcionamento dos ETFs de Renda Fixa Americana
A ideia fundamental por trás de um ETF é que ele procura replicar o desempenho de um índice ou de uma cesta de ativos, como títulos, dessa forma, a instituição financeira que administra um ETF adquire os ativos subjacentes – neste caso, uma variedade de títulos – que compõem o fundo. Essa instituição emite então ações do ETF para os investidores, e essas ações devem seguir o valor do fundo subjacente. Além disso, essas ações podem ser negociadas em uma bolsa, da mesma forma que ações individuais ou fundos mútuos.
Ao investir em um ETF, você possui ações do fundo, não os ativos subjacentes, como os títulos individuais. Assim, a instituição financeira que administra o ETF é a proprietária dos ativos e ela ajusta o número de ações do ETF em circulação.
Os valores dos títulos se movem de forma inversamente proporcional às mudanças nas taxas de juros. Quando as taxas de juros sobem, os valores dos títulos caem, e vice-versa, e com as taxas de juros projetadas para continuar subindo nas condições atuais, é fundamental manter a maturidade dos ETFs de títulos a curto prazo (um a três anos) ou a médio prazo (dois a 10 anos). Isso ocorre porque investimentos em títulos de curto prazo estão menos expostos a aumentos nas taxas de juros.
O termo “duração” descreve a sensibilidade de um título ou ETF às mudanças nas taxas de juros, ou seja, ela indica o quanto o valor do seu fundo irá variar com uma alteração de 1% nas taxas de juros. Por exemplo, uma duração de três anos para um ETF de títulos significa que, quando as taxas de juros aumentam 1%, o preço do fundo geralmente cai 3%, e vice-versa.
Metodologia
Baseado no método da Forbes Advisor, o objetivo é fornecer uma lista de ETFs de de renda fixa americana adequados ao ambiente econômico atual, com taxas de despesa razoáveis. Buscou-se os melhores desempenhos, de famílias de fundos de qualidade, e de fato, essa lista de ETFs de títulos abrangeu diversos tipos do universo da renda fixa.
Iniciou-se com uma seleção de 237 dos ETFs de títulos dos EUA com melhor classificação pela Morningstar, excluiu-se então fundos com classificações Morningstar neutras ou inferiores, além de taxas de administração acima de 0,60%.
Em seguida, classificou-se com base em retornos, e então introduziu-se diversificação incluindo alguns fundos geridos ativamente e outros de gestão passiva. Assegurando ainda mais diversidade incluindo fundos corporativos, governamentais, municipais e internacionais. Finalmente, escolheu-se principalmente ETFs de curto e médio prazo para minimizar o risco de taxas de juros, contudo, incluiu-se um fundo de títulos de longo prazo.
Top 10 ETFs de Renda Fixa Americana de 2023 para Estudar
Atendendo uma ampla variedade de investidores, incluiram-se ETFs ativos, passivos, corporativos, governamentais e internacionais, com retornos médios anuais de 10 anos.
- Pimco Active (BOND)
- Taxa: 0,56%
- Dividend Yield: 3,84%
- Retorno: 1,43%
- Gestão ativa focando em geração de renda e flexibilidade na duração.
- Cerca de 75% da carteira possui classificação de crédito de grau de investimento AAA.
- Vanguard Intermediate-Term Treasury (VGIT)
- Taxa: 0,04%
- Dividend Yield: 2,39%
- Retorno: 0,79%
- Exposição a títulos do Tesouro dos EUA, adequados para momentos de queda das taxas de juros.
- Pimco Enhanced Short Maturity Active (EMNT)
- Taxa: 0,25%
- Dividend Yield: 4,53%
- Retorno Médio, início (12/2019): 1,50%
- Oferece um rendimento estável de curto prazo com baixa volatilidade.
- Ótimo para caixa da carteira e possui pontuações ESG elevadas.
- ProShares Investment Grade-Interest (IGHG)
- Taxa: 0,30%
- Dividend Yield: 4,49%
- Retorno Médio, início (11/2013): 2,63%
- Visa proteger contra o risco de aumento das taxas de juros, através de hedge.
- Oferece desempenho excepcional com despesa razoável.
- iShares National Muni (MUB)
- Taxa: 0,07%
- Dividend Yield: 2,53%
- Retorno: 2,11%
- Renda isenta de impostos federais e, dependendo do estado, também de impostos estaduais e locais.
- Diversificada em títulos municipais com classificações de crédito sólidas.
- iShares 0-5 Year TIPS (STIP)
- Taxa: 0,03%
- Dividend Yield: 3,45%
- Retorno: 1,70%
- Exposição a Títulos Protegidos contra a Inflação (TIPS) de até cinco anos, ideais para preservação de capital e benefícios fiscais.
- Vanguard Total International (BNDX)
- Taxa: 0,07%
- Dividend Yield: 1,90%
- Retorno: 1,81%
- Diversificação internacional em títulos governamentais, corporativos e securitizados.
- SPDR Portfolio Corporate (SPBO)
- Taxa: 0,03%
- Dividend Yield: 4,45%
- Retorno: 2,09%
- Diversificado em títulos corporativos, com uma classificação média de crédito de A-.
- SPDR Portfolio High Yield (SPHY)
- Taxa: 0,05%
- Dividend Yield: 7,00%
- Retorno: 3,86%
- Alto rendimento, porém é mais volátil devido à sua classificação média de crédito de B+.
- SPDR Portfolio Long Term (SPLB)
- Taxa: 0,04%
- Dividend Yield: 4,72%
- Retorno: 2,62%
- Para quem acredita que as taxas de juros estão perto do pico, pois tem perfil de maturidade mais longo.
Forma Correta de Investir em ETFs de Renda Fixa Americana
Quando se trata de investimentos em títulos, é importante entender que, à medida que as taxas de juros aumentam, o valor de mercado de um título diminui.
A sensibilidade de um determinado título às mudanças nas taxas de juros depende de sua duração. O valor dos títulos de curto prazo, geralmente títulos de curto e médio prazo, é menos sensível às mudanças nas taxas de juros, dessa forma, significa que seus preços são mais estáveis quando as taxas de juros estão subindo, como agora.
Mas o que exatamente os investidores de títulos querem dizer com “duração”? Comece com o fato de que “duração” não significa a mesma coisa que “vencimento”, embora ambas as palavras pareçam se referir a um período de tempo. No mundo dos investimentos, o vencimento se refere à data em que o principal de um título é pago com juros, portanto a duração descreve a queda esperada no preço de um título ou ETF de títulos para cada aumento de 1% nas taxas de juros.
Suponha que você leia um relatório de investimento sobre um título ou ETF de títulos específico. O relatório diz que o título ou o fundo tem uma duração (geralmente chamada de duração efetiva média no caso de um fundo) de 3,5 anos, isso significa então que você pode esperar que o título ou ETF caia de valor em 3,5% para cada aumento de 1% nas taxas de juros, e vice-versa.
Melhores Momentos Para Comprar ETFs de Renda Fixa Americana
À medida que as taxas de juros aumentam, surge a pergunta: os emissores de títulos precisam oferecer taxas mais altas para atrair compradores? Sim, mas principalmente para novos títulos, pois títulos já existentes mantêm suas taxas anteriores e não podem ajustar seus pagamentos conforme as taxas sobem.
Isso tem implicações para os investidores, portanto evite títulos antigos de baixo rendimento. Em vez disso, concentre-se em títulos de curto prazo, pois eles têm vencimentos próximos, permitindo reinvestir a curto prazo em títulos com rendimentos mais altos. Isso faz com que os títulos de curto prazo sejam mais resilientes em períodos de aumento das taxas.
Essa lógica se aplica igualmente aos ETFs de títulos de curto prazo, pois eles também possuem títulos de vencimento próximo, pois isso reduz a volatilidade e a vulnerabilidade a quedas.
Historicamente, títulos têm apresentado retornos positivos durante aumentos nas taxas de juros. Portanto, os proprietários de ETFs de títulos devem se concentrar no fluxo de caixa até que os preços se estabilizem.
Em resumo, em tempos de aumento das taxas de juros, opte por títulos de curto prazo e ETFs correspondentes para uma estratégia de menor risco e melhor resiliência. Portanto fique atento às taxas de juros e ajuste sua carteira de acordo com seu horizonte de investimento e tolerância ao risco. Isso ajudará a otimizar seus retornos enquanto protege seu investimento.
A Segurança dos ETFs de Renda Fixa Americana
Em geral, os ETFs de títulos são seguros, pois todos os valores mobiliários, incluindo títulos e ETFs de títulos, têm altos e baixos. Mas os títulos tendem a ser menos voláteis do que as ações e muitas vezes se saem melhor durante recessões econômicas do que muitos outros ativos financeiros, e o mesmo vale para os ETFs de títulos.
No entanto, os títulos e os ETFs de títulos carregam seus próprios riscos. Emissões de títulos podem entrar em default. As taxas de juros aumentam de tempos em tempos, fazendo com que os preços dos títulos e dos fundos de títulos caiam.
Aqui estão alguns riscos adicionais para títulos e ETFs de títulos:
- Taxas em alta: quando as taxas de juros sobem, os preços dos títulos caem.
- Inflação em alta: a inflação faz com que as taxas de juros subam, causando uma diminuição no valor dos títulos existentes.
- Inadimplência do emissor: se um emissor de títulos se tornar financeiramente incapaz de pagar sua dívida, ele pode entrar em default nos pagamentos de juros ou principal dos títulos.
- Baixa liquidez: alguns títulos são negociados em mercados pequenos, tornando seus títulos vulneráveis à volatilidade de preços.
Por outro lado, certas condições-chave estão favorecendo os títulos e os ETFs de títulos, incluindo:
- Taxas de juros: desde março de 2022, o Federal Reserve aumentou as taxas de juros toda vez que se reuniu. Em junho de 2023, essa sequência de 15 meses terminou. A guerra do Fed contra a alta inflação pode não ter terminado, mas os formuladores de políticas se sentiram confortáveis o suficiente para fazer uma pausa.
- Inflação: a taxa de inflação anual dos EUA caiu abaixo de 3% em junho. Essa foi a décima segunda diminuição mensal consecutiva. Ela atingiu mais de 9% em junho de 2022.
Conclusão
Em conclusão, os ETFs de renda fixa americana desempenham um papel fundamental no cenário de investimentos em 2023, oferecendo aos investidores uma maneira eficaz de gerar renda e proteger o capital durante períodos de volatilidade do mercado. Com a incerteza em relação às taxas de juros e às condições econômicas, esses veículos de investimento oferecem uma abordagem diversificada para mitigar riscos.
É importante notar que, em um ambiente de aumento das taxas de juros, a duração dos títulos desempenha um papel crucial na determinação do risco e da volatilidade, portanto, optar por títulos de curto prazo e ETFs correspondentes pode ser uma estratégia eficaz para minimizar a exposição ao risco de taxas de juros crescentes.
Embora os ETFs de renda fixa americana ofereçam vantagens em termos de estabilidade em comparação com ações, eles não estão isentos de riscos, como inadimplência do emissor, aumento das taxas de juros e baixa liquidez. Portanto, os investidores devem continuar monitorando as condições econômicas e ajustando suas carteiras de investimento de acordo com seu horizonte de investimento e tolerância ao risco.
Por fim, a escolha de ETFs de renda fixa americana deve estar alinhada com os objetivos individuais de cada investidor e fazer parte de uma estratégia global de investimento bem planejada. Com o cenário econômico atual e a variedade de opções disponíveis, os investidores podem utilizar esses instrumentos para construir carteiras resilientes e buscando retornos sólidos no presente e no futuro.
Perguntas Frequentes
Eles oferecem diversificação, acesso a diferentes tipos de títulos e negociação semelhante a ações.
Os riscos incluem flutuações nas taxas de juros, inadimplência do emissor e volatilidade de preços.
Depende da sua tolerância ao risco e do seu horizonte de investimento. Os títulos de curto prazo são menos sensíveis às mudanças nas taxas de juros, mas oferecem retornos mais baixos. Títulos de longo prazo podem ter retornos potencialmente mais altos, mas são mais sensíveis às mudanças nas taxas de juros.
Você pode comprar ETFs de títulos por meio de uma corretora americana, da mesma forma que compra ações.
Podem ser adequados para uma variedade de investidores, mas é importante considerar seus objetivos de investimento e tolerância ao risco antes de investir.