A Neoenergia apresentou seus resultados para o segundo trimestre de 2024 (NEOE3 2T24), destacando-se como uma empresa integrada de geração, distribuição e comercialização de energia. Esta análise examina a performance recente da Neoenergia, seus avanços e perspectivas futuras.
Ao término deste artigo, você irá entender o motivo do “mais do mesmo”.
Lembre-se: Esta análise não é uma recomendação de investimento. A decisão de investir é sua e deve ser baseada em sua própria pesquisa e análise, considerando seus objetivos de investimento e perfil de risco.
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- Estrutura Acionária e Controle
- Evolução dos Preços e Consolidação de Operações
- Joint Venture e Projetos de Crédito de Carbono
- Origem do EBITDA e Consolidação de Áreas
- Projetos de Transmissão e Capex
- Desempenho Financeiro e Alavancagem
- Produção e Vendas
- Desempenho de Segmentos
- Perspectivas Futuras e Direcionamento de Capital
- Conclusão NEOE3 2T24
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Estrutura Acionária e Controle
A estrutura acionária da Neoenergia permanece sob controle da Iberdrola, sem grandes alterações ou novidades significativas. A estabilidade no controle acionário reforça a confiança dos investidores na gestão da empresa.
Evolução dos Preços e Consolidação de Operações
Desde a última análise, o preço das ações da Neoenergia não apresentou grandes oscilações, mantendo-se estável. A consistência na entrega dos resultados operacionais trimestre após trimestre é um ponto positivo. A venda da Termo Pernambuco e a saída da Belo Monte são vistas como movimentos estratégicos positivos, alinhados com a otimização do portfólio da empresa.
Joint Venture e Projetos de Crédito de Carbono
A Neoenergia iniciou uma joint venture com outra controlada da Iberdrola, detendo 49% da nova empresa. Este movimento visa desenvolver projetos de crédito de carbono, como reflorestamento e tratamento de resíduos, uma iniciativa interessante a ser monitorada pelo seu potencial impacto nos resultados futuros.
Origem do EBITDA e Consolidação de Áreas
No primeiro semestre de 2024, as áreas de geração renováveis e termelétricas, agora consolidadas, apresentaram um desempenho robusto. A divisão de transmissão e distribuição se destaca, enquanto a comercialização mantém sua relevância no portfólio da empresa.
Projetos de Transmissão e Capex
A Neoenergia concluiu a maioria dos projetos de transmissão, o que deve liberar um forte fluxo de caixa. A empresa optou por não participar do leilão de transmissão em setembro, devido a questões de competitividade e desafios fundiários nos lotes grandes. Esta decisão indica uma pausa nos novos investimentos em transmissão a curto prazo.
Os investimentos (CAPEX) da Neoenergia no 6M24 totalizaram R$ 4,2 bilhões, dos quais R$ 2,4 bilhões foram destinados à distribuição.
Desempenho Financeiro e Alavancagem
A receita operacional líquida da Neoenergia cresceu 4%, enquanto o EBITDA ajustado subiu 3% ano contra ano. A margem EBITDA teve uma leve queda para 22,1%, e o lucro líquido aumentou 12%, refletindo margens mais atrativas. A alavancagem permaneceu estável em 3,27 vezes a dívida líquida sobre o EBITDA, com uma redução no custo médio da dívida para 10,8%.
Produção e Vendas
A energia injetada totalizou 21.389 GWh, um aumento de 8,2% em comparação ao segundo trimestre de 2023 (2T23). A energia distribuída, somando os mercados cativo e livre, alcançou 18.990 GWh, representando um crescimento de 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Além disso, a empresa registrou um crescimento no número de clientes, encerrando o trimestre com 16,5 milhões de consumidores ativos, um aumento de 2% em comparação ao 2T23.
Desempenho de Segmentos
Redes
A energia distribuída pelas redes da Neoenergia apresentou um crescimento significativo no 2T24. A classe residencial, que representa a maior parte do consumo, registrou um aumento de 7,1% em comparação ao 2T23. A classe industrial, incluindo consumidores livres, teve um crescimento de 5,8%, enquanto a classe comercial aumentou 5,3%.
As perdas de energia foram acompanhadas de perto, com a Neoenergia Coelba apresentando perdas totais de 16,11% no 2T24, acima do limite regulatório. A Neoenergia Pernambuco registrou perdas de 18,11%, enquanto a Neoenergia Cosern e a Neoenergia Elektro mantiveram suas perdas abaixo dos limites regulatórios.
Geração
A NEOE3 finalizou o semestre com 44 parques eólicos, 5 hidrelétricas e 2 operações solares. A capacidade instalada totalizou 3.861,8 MW. A energia gerada pelas fontes renováveis foi de 1.397 GWh no 2T24, um aumento de 12,5% em relação ao 2T23, impulsionado pela maior eolicidade e pela capacidade instalada em Oitis.
Termelétricas
Com capacidade instalada de 533 MW, a Termopernambuco produziu 7 GWh no 2T24 e 68 GWh no total no ano. A usina garantiu receita fixa de R$ 207 milhões por ano a partir de julho de 2026, participando do Leilão de Reserva de Capacidade.
Perspectivas Futuras e Direcionamento de Capital
A Neoenergia está bem posicionada para liberar um fluxo de caixa significativo, dado o término dos grandes investimentos em transmissão. Isso pode resultar em um aumento nos pagamentos de dividendos, a menos que surjam projetos atraentes, possivelmente na área de hidrogênio.
Conclusão NEOE3 2T24
Mais do mesmo! A Neoenergia continua a entregar resultados consistentes, com uma operação técnica e financeira sólida. A estabilidade na alavancagem e a redução do custo da dívida são sinais positivos. A perspectiva de novos investimentos estratégicos e a possibilidade de maiores distribuições de lucro reforçam um direcionamento positivo para a empresa.
Atualmente possuo posição relativa do portfólio em NEO3, operação muito resiliente e tranquila. Ainda vejo muito espaço para crescimento. O mercado ainda bate muito no ativo por causa da sua alavancagem, a qual não vejo como preocupante.