Olá, caro leitor! Hoje, vamos nos aprofundar na análise dos resultados da Indústrias Romi para o terceiro trimestre de 2023 (ROMI3 3T23). Antes de prosseguirmos, é importante destacar que as opiniões expressas aqui refletem a visão pessoal do autor sobre investimentos, e não constituem, de forma alguma, uma recomendação de compra ou venda de ativos financeiros.
Agora, vamos explorar o desempenho desta empresa que atua nos segmentos de bens de capital, máquinas-ferramenta e fundidos e usinados. E dessa forma, entender o motivo pelo qual a cotação está caindo tanto desde junho de 2023.
Governança em Foco
No início da análise, é essencial abordar a questão da governança corporativa, que tem sido um tópico importante nos últimos tempos. Diversas informações desencontradas e desinformação podem causar perplexidade nos investidores. Para esclarecer, é válido mencionar a estrutura acionária, permitindo aos investidores entender quem controla a empresa e como está organizada a estrutura do grupo controlador.
- Fênix Empreendimentos: 17.8%;
- Famílias Romi/Chiti: 28.8%;
- Fundação Romi: 2.2%;
- Conselho de Administração/Diretoria: 0.5%;
- Mercado (Free Float): 50.8%;
Aqui, cabe ressaltar que a família Romi e outros acionistas desempenham papéis essenciais na governança da empresa. Esse conhecimento proporciona uma compreensão mais profunda da Romi e sua dinâmica interna.
Distribuição de Receita por Segmento
Nesta seção, vamos analisar a distribuição da receita líquida da Romi por segmento. Isso nos permite entender qual dos segmentos está contribuindo mais para os resultados da empresa. Uma observação relevante é a forte redução nos segmentos de fundidos e usinados, que já havia sido prevista para o segundo trimestre de 2023.
Mercado Interno x Mercado Externo
Conforme imagem acima, a análise trimestral nos mostra que a empresa possui uma sazonalidade típica, com o último trimestre do ano sendo mais forte. Compreender essa dinâmica é crucial para avaliar o desempenho e não tentar prever, mas sim já ter uma ideia antecipada do que acontece com a operação da ROMI3 em alguns períodos do ano.
Distribuição Geográfica
A análise geográfica oferece uma visão mais abrangente da Romi e de como ela se posiciona em diferentes regiões. Essa informação pode ser relevante para entender como a empresa se adapta às condições de mercado em várias partes do mundo.
Certamente, o Brasil vem enfrentando um problema fiscal, o que causa um arrefecimento do mercado nacional, e consequentemente atinge as indústrias que dependem mais do mercado nacional, como a Romi.
Qualidade Operacional
Como observado nos trimestres anteriores, a qualidade operacional parece ter atingido um ponto máximo no segundo trimestre de 2023. A partir desse ponto, começamos a observar um arrefecimento nos preços dos ativos, conforme imagem abaixo, e uma possível redução da rentabilidade. É crucial monitorar essa tendência.
Carteira de Pedidos
Observa-se um aumento leve, mas ainda assim é importante notar que a empresa enfrenta desafios em termos de demanda. A carteira de pedidos pode dar uma ideia de como a empresa está respondendo a esses desafios, demonstrando uma queda de quase 30% de pedidos em relação ao mesmo período do ano passado.
Margem Bruta
A margem bruta é um indicador-chave que reflete a lucratividade da empresa. A Romi apresenta uma das margens brutas mais baixas de sua história, o que pode ser atribuído a efeitos de descontos nos preços. Essa é uma área que merece atenção.
Margem Ebitda e Margem Líquida
Tanto a margem Ebitda quanto a margem líquida apresentam fortes reduções em comparação com o mesmo período do ano passado. Assim, essa deterioração contínua levanta preocupações sobre a demanda e a fragilidade da economia global.
Ambas, conforme imagem acima, também estão nos seus piores níveis históricos.
Dívida
A dívida da ROMI3 3T23 não preocupa, pois encontra-se devidamente controlada, estando em 0,45x sobre EBITDA.
Conclusão
A operação da ROMI3 3T23 está sentindo bastante o arrefecimento global, conforme demonstrado nas informações financeiras destacadas acima. Sobre a cotação, por mais que ela esteja bastante defasada, entendo que está acompanhando a piora operacional da empresa.
Certamente, aqui existem duas apostas: Primeira, é que o investidor acredita que a cotação irá se deteriorar mais ainda, acreditando numa piora operacional, igual visto no 3T23. E por segundo, é o acionista que aceita pagar o valor atual, com defasagem de quase 40% desde junho, e acredita que os próximos resultados irão melhorar e busca obter lucros no retorno dessa cotação.
No momento não possuo ROMI3 em carteira e não pretendo olhar para o ativos nessa cotação, pois vejo ainda bastante espaço para defasagem.