Neste artigo, abordarei o ciclo do dinheiro desde o salário, o pagamento da fatura, até o investimento em ativos buscando a independência financeira. Portanto, não podemos começar essa reflexão sem antes mencionar o uso do cartão de crédito e como ele se tornou um ótimo aliado. Também discutiremos como gerir o dinheiro que sobra após o pagamento da fatura e alocar em bons objetivos financeiros. Você entenderá como isso te deixará mais rico repetindo o processo que vou mostrar.
Tenha um cartão de crédito com benefícios
Atualmente, há várias opções de instituições que oferecem crédito e não apenas isso, cada uma tem suas particularidades que agradam todos os tipos de clientes. No meu caso, como já explicado em outros artigos, atualmente uso os benefícios do cartão de Crédito Nubank Ultravioleta, mas existem pessoas que preferem outros tipos de bônus, como as milhas, e não tem problema, escolha o que lhe agrada mais.
Portanto, hoje em dia não tem como dar desculpa de que não tem um cartão que atenda suas necessidades, e sim, ele é um ótimo aliado para quem tem o mínimo de noção financeira. É por isso que priorizo as compras nele, com exceção das que possuem juros e boletos.
Agora que todas as compras estão centralizadas no cartão de crédito, é possível ter uma base do quanto virá de fatura no final do mês. E qual é a vantagem disso? É saber que após o pagamento da mesma, irá sobrar algo em torno de X reais.
Paguei a fatura, sobrou! E agora?
Sobrou dinheiro? Vamos fazer a separação.
Maravilha, se você chegou até essa parte do texto é porque está sobrando uma grana no final do mês, amém! Entenda que não é tão simples, uma pesquisa de 08/08/2022 realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) apresentou resultados em que 1 em cada 4 brasileiros não consegue quitar as contas no final do mês. Levando em consideração que nosso país tem aproximadamente 218 milhões de habitantes, seriam então mais de 54 milhões de pessoas que mal conseguem honrar suas dívidas.
Sabendo que a maioria das despesas estão no cartão de crédito e que esse valor restante está disponível para movimentação, vamos decidir os seus destinos.
A primeira coisa que eu faço é colocar uma porcentagem na minha reserva de emergência (confira esse post completo sobre a melhor reserva de 2023), por exemplo: Recebi R$ 3500 de salário e gastei R$ 2500 na fatura, os R$ 1000 restantes eu poderia alocar 15% na reserva (no momento deste artigo estou alocando 12%), investiria 35% na Bolsa de Valores ou no seu investimento favorito, e os 50% restantes deixaria disponível na conta para possíveis despesas que não podem ser pagas no cartão.
Essas porcentagens podem variar de perfil para perfil. Reflita e enquadre na sua realidade. Se a minha reserva está defasada, eu injeto mais dinheiro nela e invisto menos na renda variável, o contrário também é super válido, pois se a reserva está bem gordinha me sinto com mais liberdade de investir em ativos mais voláteis buscando mais rentabilidade.
Se você concluir mais essa etapa, meus parabéns, pois essa mesma pesquisa do CPI também apontou que 69% dos brasileiros não conseguem sequer poupar dinheiro, são mais de 150 milhões de pessoas, não é brincadeira.
Neste momento, estamos então da seguinte forma:
Defina os ativos onde será investido o capital
Agora nós temos um dinheiro para despesas correntes, conseguimos investir uma boa porcentagem nos nossos ativos favoritos – que futuramente trarão renda passiva – e nossa reserva de emergência/oportunidade está crescendo e blindando nosso futuro contra imprevistos.
Refletindo um pouco, poderíamos fazer o seguinte questionamento: “Se meu salário cai antes do fechamento da fatura, 50% pode ser muito para deixar na conta visando pagar despesas correntes que não aceitam cartão de crédito. Se já está sobrando no final do mês, eu não poderia diminuir essa porcentagem de dinheiro em conta corrente?”
E a resposta é: Talvez. Não precisamos usar a fórmula acima de forma engessada. Perceba que se eu estou pagando a maioria das compras no cartão (isso inclui gastos com lazer, vestuário, e coisas mais que você gosta de fazer) então posso ir monitorando o valor em conta corrente versus a evolução da fatura do cartão.
Eu evito ao máximo deixar que o valor da fatura chegue no valor disponível na conta corrente, mesmo sabendo que vou receber o salário no final do mês e que só esse dinheiro já pagaria a fatura.
Motivo? Educação Financeira. Dinheiro não é brincadeira, seja responsável, quanto mais eu conseguir gerenciá-lo, mais irá sobrar no final do mês e consequentemente meus investimentos/reserva irão crescer e gerar retornos mais rápidos. Quanto mais eu conseguir refazer esse processo, maior será o efeito dos juros compostos no médio/longo prazo.
Onde eu invisto para acelerar a independência financeira
Este tópico irá abordar algo que pode ser relativo entre os leitores desse conteúdo, pois cada um tem uma forma e perfil de investimento. Portanto irei abordar a minha forma de tratamento no que tange a renda variável, que é onde invisto.
Basicamente busco aumentar meu patrimônio em renda variável de duas formas: Crescimento da Cota com Realização dos Lucros (Venda em Swing Trade), e Dividendos.
Neste artigo não irei abordar profundamente como conduzo cada um desses dois mecanismos pois é um tema muito denso e pode fugir do assunto deste artigo, porém em breve – e quando estiver pronto irei linkar aqui – abordarei minha estratégia na renda variável.
Por hora irei continuar o “caminho do dinheiro” e aqui finalizarei o meu fluxo que se iniciou no recebimento do salário. Lembre-se que aqui eu investi 35% do que sobrou do pagamento da fatura, certo? Esse investimento será alocado em ativos da Bolsa de Valores para que potencialize meu capital/patrimônio das seguintes formas:
Crescimento da Cota com Realização dos Lucros (Venda em Swing Trade)
É quando compro ativos de empresas que acredito que irão se valorizar no futuro. A decisão de compra de cada ativo envolve diversas variáveis, por isso, se decidir investir em ações saiba que requer muito estudo constante.
Quando esses ativos atingem um valor que faz sentido para mim, realizo a venda e realoco em outros ativos que vejo como oportunidade, multiplicando o capital.
Atualmente essa é a forma mais agressiva que utilizo para acelerar os ganhos e consequentemente a independência financeira.
Dividendos
É quando o foco do investimento é em empresas que não tendem a valorizar tanto quanto as outras, porém me pagam bons dividendos. Esses são utilizados tanto para reinvestir em outros ativos de dividendos como também em outras oportunidades de crescimento que faça sentido no momento.
Um ponto importante dessa parte do artigo é que o dinheiro que coloco nos investimentos jamais foi tirado da corretora, ou seja, esse dinheiro só corre dentro dos investimentos tendo em vista que já possuo uma boa reserva de emergência.
Até o momento desse artigo, em todos esses anos de renda variável nunca fiz saque da corretora para a conta do banco, apenas o inverso.
Agora nós temos a seguinte visão geral:
Conclusão
A independência financeira não é simplesmente atingir um patamar X de patrimônio para dizer que “zerou” a vida no aspecto financeiro. Uma pessoa que recebe menos que você pode ter mais conforto apenas por gerir melhor suas finanças. A independência financeira é um processo que permite que você usufrua do que o dinheiro pode te proporcionar sem viver o tempo todo no sufoco.
Goste ou não, o dinheiro ainda é a mola do mundo. Sem dinheiro não se paga um bom hospital, não se paga uma boa viagem de casamento, muito menos uma educação de qualidade para os filhos. Entender que nunca é tarde para começar a se organizar financeiramente é importante, porém quanto mais cedo você começar mais rápido e intenso será o efeito Bola de Neve.
Tenha um bom cartão de crédito para centralizar seus gastos e lhe trazer benefícios por isso. Divida o dinheiro que sobra em dinheiro corrente, reserva de emergência, e investimentos. Adquira ativos que coloquem dinheiro no seu bolso, não passivos. Neste exemplo citei onde invisto, que é na renda variável, mas no seu caso pode ser um empreendimento por exemplo.
Se você possui outras formas de gerir seu dinheiro, não hesite em deixar aqui nos comentários, sem dúvidas iremos dar mais possibilidades para outras pessoas se identificarem.
Uma coisa muito importante: Não fique engessado e focado apenas nesse processo (apesar que fazer isso desde cedo lhe trará disciplina). O que mais impulsionará e te fará chegar num bom nível de independência financeira é primeiramente aumentar sua renda mensal, essa é a maior impulsionadora da sua bola de neve no curto prazo.
Bons investimentos para nós!