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FGC: Tudo Sobre o Fundo Garantidor de Crédito

O investimento é uma atividade que envolve riscos e, por vezes, a incerteza pode afastar os potenciais investidores, no entanto, no cenário financeiro brasileiro, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) desempenha um papel fundamental em proporcionar segurança e proteção aos investidores.

Neste artigo, exploraremos em detalhes o que é o FGC, sua história, seus objetivos e funcionamento, o valor máximo garantido, sua evolução ao longo dos anos, os tipos de investimentos protegidos e não protegidos, como ele atua em caso de falência de um banco, instituições associadas, exemplos históricos de sua atuação e muito mais.

Sobre o FGC

O Fundo Garantidor de Crédito é uma entidade privada sem fins lucrativos que atua no mercado financeiro para garantir a segurança de investidores. Fundado em 1995, o FGC tem o objetivo de assegurar depósitos e investimentos realizados em instituições financeiras associadas em casos de insolvência, liquidação extrajudicial ou intervenção dessas instituições. Em resumo, ele atua como um “seguro” para os investimentos, proporcionando uma camada de proteção e confiança aos aplicadores.

História do Fundo Garantidor

Primeiramente, a história remonta aos anos 1990, uma época em que o sistema financeiro brasileiro enfrentou momentos de instabilidade e crise. Foi nesse contexto que surgiu a necessidade de criar uma entidade que pudesse garantir a segurança dos investidores e a estabilidade do mercado. Criou-se o FGC por meio da Lei 9.447 de 1997 e tem se desenvolvido desde então, adaptando-se às mudanças do mercado e às necessidades dos investidores.

Objetivos e Funcionamento

O principal objetivo dele é garantir a segurança e a confiança dos investidores no mercado financeiro. Ele faz isso por meio de um mecanismo de proteção que cobre diversos tipos de investimentos, como depósitos em conta corrente, poupança, CDBs, LCIs, LCAs, entre outros. Dessa forma, quando uma instituição financeira associada enfrenta problemas financeiros, o FGC entra em ação para garantir que os investidores não percam seus recursos.

As instituições financeiras associadas envolvem-se, depositando uma quantia proporcional ao volume de recursos captados, contribuindo para a formação do fundo que será usado em caso de necessidade. Além disso, o FGC também estabelece um valor máximo garantido por investidor, que veremos em detalhes adiante.

Valor Máximo Garantido Pelo FGC

Uma das informações mais relevantes para os investidores é o valor máximo garantido pelo FGC. Este valor atualiza-se periodicamente e serve como um limite de proteção para cada investidor em caso de quebra da instituição financeira.

Até setembro de 2017, o valor máximo garantido era de R$250.000,00 por CPF ou CNPJ, por instituição financeira e por conglomerado financeiro. Isso significa que, se um investidor tivesse um montante de R$500.000,00 aplicado em um único banco, apenas R$250.000,00 seriam cobertos em caso de falência.

Nova Garantia A Partir de 2017

Como eraComo ficou
Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomerado financeiro, em depósitos cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos e emitidos por instituições associadas à entidade.Limite permanece inalterado.
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF​ ou CNPJ em qualquer período.Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período de 4 anos,​ para a garantia paga pelo FGC.
Investidores não-residentes não contavam com a garantia do FGC.Investidores não-residentes passam a contar com a garantia, para investimentos elegíveis.
Fonte: FGC.

Evolução das Garantias do Fundo Garantidor de Crédito

É importante destacar a evolução das garantias oferecidas ao longo dos anos, onde o aumento do valor máximo garantido, como mencionado anteriormente, é apenas uma das mudanças que ocorreram. Abaixo, apresentamos uma tabela que resume a evolução das garantias do FGC, com destaque para os períodos de início e término das garantias, o valor da garantia ordinária, o limite da garantia ordinária, o prazo do limite da garantia ordinária e a garantia especial por instituição.

Essa evolução demonstra o comprometimento do Fundo Garantidor de Crédito em adaptar-se às necessidades do mercado financeiro e dos investidores, proporcionando maior segurança e confiança.

InícioTérminoGarantia ordinária (por instituição)Limite da garantia ordináriaPrazo do limite da garantia ordináriaGarantia especial (por instituição)
16/11/199505/12/2006R$ 20 milSem limiteN/AN/A
06/09/200601/04/2009R$ 60 milSem limiteN/AN/A
01/04/200902/12/2010R$ 60 milSem limiteN/AR$ 20 mil
03/12/201030/04/2013R$ 70 milSem limiteN/AR$ 20 mil
30/04/201321/12/2017R$ 250 milSem limiteN/AR$ 20 mil
22/12/2017AtualR$ 250 milR$ 1 milhão4 anosR$ 20 mil

Tipos de Investimentos Protegidos

Ele cobre uma ampla gama de investimentos, o que é essencial para proporcionar segurança aos investidores. Entre os tipos de investimentos protegidos pelo FGC, destacam-se:

  1. Depósitos em conta corrente: Garantem-se os depósitos realizados em contas correntes em bancos associados ao FGC. Isso inclui depósitos à vista e a prazo.
  2. Poupança: Os valores depositados em contas poupança também contam com a proteção do FGC.
  3. CDBs (Certificados de Depósito Bancário): Os CDBs são títulos de renda fixa emitidos por bancos. Caso a instituição emissora quebre, o FGC garante o pagamento até o limite estabelecido.
  4. LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio): Esses investimentos de renda fixa, geralmente isentos de imposto de renda, são protegidos pelo FGC.
  5. RDBs (Recibos de Depósito Bancário): O FGC garante os RDBs semelhantes aos CDBs, desde que as instituições associadas os emitam.
  6. Depósitos em conta salário e conta salário de benefícios previdenciários: Os depósitos feitos nessas contas também contam com a garantia do FGC.
fundos-de-renda-fixa-funcionamento

Essa ampla cobertura proporciona aos investidores uma camada extra de proteção, tornando o investimento em produtos financeiros mais seguro.

Tipos de Investimentos Não Protegidos

Investimentos em renda variável, como ações e fundos de investimento em ações, não contam com essa garantia. Além disso, o FGC também não cobre outros tipos de investimentos, como debêntures, letras financeiras e fundos de investimento em renda fixa privada. Portanto, os investidores precisam estar cientes de quais investimentos estão protegidos e quais não estão ao tomar decisões financeiras.

Atuação em Falência de Instituições

Quando uma instituição financeira associada ao Fundo Garantidor enfrenta dificuldades financeiras, o FGC entra em ação para proteger os investidores. O processo de atuação do FGC em caso de falência de um banco pode resumir-se em algumas etapas:

  1. Intervenção ou liquidação: Quando uma instituição financeira está em situação crítica, o Banco Central do Brasil pode intervir ou decretar a liquidação extrajudicial da instituição, então notifica-se o FGC e ele entra em ação.
  2. Pagamento aos investidores: O FGC inicia o processo de pagamento aos investidores afetados. Esse pagamento pode ocorrer de diferentes formas, como transferência para uma conta em outra instituição financeira ou pagamento de um valor correspondente ao saldo protegido.
  3. Restituição dos recursos: O FGC atua para garantir que os investidores recebam seus recursos protegidos dentro dos limites estabelecidos.

Instituições Financeiras Associadas

As instituições financeiras associadas são aquelas que contribuem para o fundo e, portanto, oferecem a garantia do FGC aos seus clientes. Isso inclui a maioria dos bancos tradicionais e cooperativas de crédito. Para verificar se uma instituição é associada ao FGC, consulte o site oficial do FGC ou entre em contato com a própria instituição financeira.

Acionamento do Fundo Garantidor de Crédito

Aciona-se o Fundo quando uma instituição financeira associada enfrenta uma situação de insolvência, intervenção ou liquidação extrajudicial. Essa situação pode ocorrer devido a uma série de fatores, como má gestão, perdas financeiras significativas ou problemas legais. O FGC tem a responsabilidade de proteger os investidores afetados por essas situações.

Para de Pagamento

O Fundo tem a responsabilidade de efetuar os pagamentos aos investidores o mais rapidamente possível. O prazo para o pagamento pode variar, mas o FGC se esforça para cumprir os prazos estabelecidos. Geralmente, os investidores recebem seus recursos protegidos em um período que varia de algumas semanas a meses, dependendo da complexidade da situação e do processo de pagamento.

O Tesouro Direto Não é Coberto

O Tesouro Direto é um programa do governo brasileiro que permite que os investidores comprem títulos públicos federais. Considera-se esses títulos os investimentos mais seguros no Brasil, pois o governo federal os garante. Portanto, não há necessidade de cobertura pelo FGC, uma vez que considera-se que o governo federal o emissor mais seguro do país.

Riscos de Aplicar em Ativos Não Cobertos

Investir em ativos não cobertos pelo FGC envolve riscos adicionais, pois esses investimentos, como ações e fundos de renda variável, estão sujeitos às flutuações do mercado e podem resultar em perdas significativas. É essencial que os investidores estejam cientes desses riscos e diversifiquem suas carteiras de investimento de acordo com seu perfil de risco.

diversificacao
Diversificação.

Retenção de Imposto

É importante observar que o FGC pode reter impostos sobre os pagamentos feitos aos investidores. Essa retenção ocorre de acordo com a legislação tributária brasileira e varia dependendo do tipo de investimento e do valor recebido. Os investidores devem estar cientes dessas implicações fiscais ao receber pagamentos do FGC.

De acordo com as tabelas regressivas de Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), calcula-se o imposto com base no rendimento entre a data da aplicação e a data da liquidação. A retenção do imposto é proporcional ao saldo em relação ao limite de garantia.

Em aplicação única, calcula-se o imposto com base na proporção do limite da garantia em relação ao saldo na data base. Quando várias aplicações somam mais de R$ 250 mil, acumulam-se os investimentos da mais antiga para a mais recente, com impostos retidos para cada um. Se um valor parcial de um instrumento financeiro é usado para completar os R$ 250 mil, a regra proporcional é aplicada.

Para exemplificar, considera-se uma aplicação única de R$ 250.000, com uma alíquota de IR de 15%, resultando em um valor líquido de R$ 246.250. Em outra aplicação de R$ 240.000, a alíquota é de 17,5%, e o valor líquido é de R$ 243.043,06.

No caso de múltiplas aplicações, somam-se os investimentos, com impostos retidos individualmente. Para completar o limite de R$ 250.000, usa-se um valor parcial da quarta aplicação, resultando em um imposto proporcional de R$ 469,98. O valor total dos investimentos é R$ 278.730,42, com impostos totalizando R$ 4.920,08. Portanto, paga-se o valor líquido ao investidor é de R$ 245.464,94, e o saldo remanescente na instituição financeira é de R$ 28.730,42.

Exemplos na História do Brasil em que o FGC foi Acionado

O FGC desempenhou um papel fundamental em diversos momentos da história financeira do Brasil. Veja alguns exemplos notáveis:

  1. Crise Financeira de 2008: Durante a crise financeira global de 2008, o Brasil não foi diretamente atingido, mas houve impactos indiretos em algumas instituições financeiras do país. Vários bancos enfrentaram dificuldades de liquidez devido à exposição a ativos problemáticos no exterior. Acionou-se o FGC para garantir depósitos de pequenos investidores e poupadores, proporcionando estabilidade e evitando corridas bancárias. Esse período destacou a importância do FGC na manutenção da confiança no sistema financeiro brasileiro.
  1. Quebra do Banco Santos (2005): O Banco Santos, uma instituição financeira de médio porte, enfrentou problemas de liquidez devido a más práticas de gestão e fraudes. O Banco Central interveio e decretou a liquidação da instituição. Nesse caso, o FGC garantiu os depósitos dos clientes até o limite estabelecido à época, que era de R$ 60.000 por CPF.
  2. Intervenção no Banco Cruzeiro do Sul (2012): Outra instituição financeira de médio porte enfrentou problemas devido a irregularidades contábeis e problemas de gestão. O Banco Central interveio na instituição e posteriormente decretou sua liquidação. Mais uma vez, o FGC desempenhou um papel fundamental ao garantir os depósitos dos investidores até o limite estabelecido, que era de R$ 70.000 por CPF naquela época.
volatilidade-bolsa

Em todos esses casos, o FGC cumpriu seu papel de proteger os investidores e poupadores, garantindo os depósitos dentro dos limites estabelecidos. No entanto, é importante que os investidores compreendam as limitações do FGC, como o limite de garantia por CPF e os tipos de investimentos cobertos, para tomar decisões financeiras informadas e diversificar adequadamente seus investimentos.

Conclusão

Por fim, o Fundo Garantidor de Crédito é uma peça fundamental no cenário financeiro brasileiro, proporcionando segurança e proteção aos investidores. Assim, sua evolução ao longo dos anos, o aumento do valor máximo garantido e a ampla gama de investimentos protegidos demonstram o compromisso do FGC em assegurar a estabilidade e a confiança no mercado financeiro. No entanto, os investidores devem estar cientes dos limites de proteção e dos investimentos não cobertos pelo FGC, para tomar decisões financeiras informadas.

Perguntas Frequentes

Quais são os tipos de investimentos protegidos pelo FGC?

O FGC protege uma variedade de investimentos, incluindo depósitos em conta corrente, poupança, CDBs, LCIs, LCAs e RDBs, entre outros.

Como o FGC atua em caso de falência de um banco?

O FGC entra em ação quando uma instituição financeira associada enfrenta insolvência, intervenção ou liquidação extrajudicial. Ele realiza o pagamento direto aos investidores afetados.

Qual é o valor máximo garantido pelo FGC?

R$ 250.000,00 por CPF, com teto de R$ 1.000.000,00 a cada 04 anos.

Por que o Tesouro Direto não é coberto pelo FGC?

Garante-se o Tesouro Direto pelo governo federal, tornando-o um dos investimentos mais seguros no Brasil, sem a necessidade de cobertura adicional pelo FGC.

Quais são os riscos de investir em ativos não cobertos pelo FGC?

Investir em ativos não cobertos pelo FGC, como ações e fundos de renda variável, envolve riscos de mercado e pode resultar em perdas financeiras.

Como saber se uma instituição financeira é associada ao FGC?

Os investidores podem verificar a lista de instituições associadas no site oficial do FGC ou entrar em contato com a instituição financeira em questão.

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