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BHIA3 3T23: Ainda Tem Salvação?

A Casas Bahia (BHIA3 3T23), um ícone do varejo brasileiro, atravessou um terceiro trimestre repleto de mudanças significativas e reestruturação intensiva. Neste artigo, vamos focar principalmente na reestruturação da empresa, bem como seu resultado operacional.

Importante: Esta análise não é uma indicação de compra ou venda de ativo do mercado financeiro. É simplesmente o compartilhamento de uma opinião pessoal para possíveis estudos.

Composição Acionária no 3T23

AcionistaPercentual
Goldentree Fundo de Investimento em Ações7,85%
TWINSF6,95%
EK-VV Limited3,45%
Michael Klein1,69%
Outros79,56%
Ações em Tesouraria0,51%
Total100,00%
Fonte: RI da BHIA3.

Mudança de Denominação e Lançamento do FIDC

Conforme visto na última análise da BHIA3, o Grupo iniciou sua jornada de transformação com a mudança de denominação social para Grupo Casas Bahia. Essa mudança reflete um compromisso com o futuro e uma abordagem mais abrangente. Além disso, o lançamento de recebimento do primeiro FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) foi uma movimentação estratégica significativa, com mais uma captação de R$ 622 milhões em uma oferta subsequente de ações.

Reestruturação Operacional

A Casas Bahia (BHIA3 3T23) está imersa em uma reestruturação abrangente, buscando consolidar seu crescimento e otimizar sua estrutura interna. A estratégia adotada envolve uma abordagem cuidadosa das questões estruturais, como o excesso de estoque, antes de direcionar esforços para melhorias operacionais e crescimento de receita. O principal destaque é a mudança no modelo de negócios, com um foco mais acentuado em produtos essenciais, como móveis e eletrodomésticos.

Resultados Financeiros e Omnicanalidade

Nos resultados contábeis do terceiro trimestre de 2023, evidencia-se os impactos imediatos nas margens e a perda expressiva associada à abordagem assertiva de reestruturação. A atenção especial é direcionada aos resultados pró-forma, com o estrategista preferindo analisar as decisões de gestão em andamento em detrimento dos impactos financeiros de curto prazo.

A omnicanalidade (boa integração de todos os canais de vendas e comunicação de uma empresa, convergindo a loja física e a digital) tornou-se uma peça fundamental na estratégia do Grupo Casas Bahia.

Ganho de Market Share e Americanas “Cedendo”

O Grupo Casas Bahia conquistou ganhos significativos de market share em categorias essenciais. Por exemplo, em televisores, houve um aumento de 13,8% no GMV, alcançando R$ 1.306 milhões no 3º trimestre de 2023, consolidando a liderança da empresa nesse segmento.

bhia3 3t23 marketshare
Market Shake BHIA3 3T23. Fonte: RI.

Outro ponto importante, é que após a divulgação do resultado da Americanas (AMER3), evidenciou-se que eles pretendem se distanciar de produtos que exigem mais interação em lojas físicas. Ou seja, produtos que necessitam vendedores em lojas físicas, para esclarecer dúvidas de clientes e mostruário, como geladeiras, notebooks, móveis, e produtos similares.

Dessa forma, acaba beneficiando a Casas Bahia, pois eles focam em bom relacionamento físico com o cliente, conforme demonstrado no tópico anterior sobre a omnicanalidade.

Logística e Soluções Financeiras Sustentáveis

O enfoque na logística eficiente resultou em uma expansão notável nas entregas gerenciadas pelo Grupo Casas Bahia. A empresa registrou um aumento de 38% no prazo de entrega, melhorando a experiência do cliente. Quanto às soluções financeiras, a penetração do Crediário nos municípios do Brasil aumentou para 11,4%, representando uma posição sólida no mercado.

logistica bhia3
Fonte: RI.

Estratégia Financeira e Liquidez

Destaca-se a estratégia financeira da Casas Bahia com a ênfase em operações essenciais, o gerenciamento cuidadoso de passivos e os esforços contínuos para melhorar a dinâmica entre despesas e receitas. O recente aumento de capital de 500 milhões é interpretado como um sinal sólido do comprometimento da empresa com seu plano de reestruturação.

Perspectiva

Sigo otimista a longo prazo, embasada nas decisões estratégicas adotadas e no firme compromisso com a reestruturação. No entanto, os investidores devem adotar uma abordagem cautelosa, priorizando uma acumulação gradual de posição, dada a alta volatilidade do papel. O destaque recai sobre o acompanhamento do progresso em direção ao break-even no fluxo de caixa até o final de 2024 ou início de 2025.

O CEO Renato Franklin ressaltou a execução bem-sucedida do plano de transformação, destacando oportunidades já estruturadas e parcialmente implementadas para captura a curto prazo. As perspectivas para 2025 incluem um foco contínuo na inovação, crescimento e rentabilidade.

Conclusão de BHIA3 3T23

Por fim, a Casas Bahia enfrenta desafios imediatos decorrentes de seu processo de reestruturação, mas a estratégia adotada e a visão de longo prazo indicam um potencial robusto de recuperação (caso dê tudo certo). Investidores são incentivados a considerar não apenas os resultados financeiros imediatos, mas também as mudanças operacionais e estratégicas que moldarão o futuro da empresa.

A Casas Bahia está claramente navegando por águas turbulentas, e é nítido que, por mais que eu seja acionista da empresa, o resultado do 3T23 veio extremamente negativo no que tange a parte financeira. Certamente, caso se confirme o grupamento para que as ações permaneçam acima de R$ 1,00, ainda teremos muita volatilidade no papel.

Como participei do follow on, só aumentarei posição caso tenhamos mais uma depreciação exagerada do ativo, e também a empresa consiga manter o planejamento feito na reestruturação.

Aos investidores que possuem ativos de BHIA3 na carteira, e marinheiros de primeira viagem, estejam cientes da alta volatilidade negativa e aluguel que paira sobre o ativo.

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